A Diocese de Rio Branco
celebra hoje, 15 de agosto, 100 anos de existência. Logo mais, às 17h,
acontecerá a celebração eucarística, presidida pelo bispo diocesano, Dom
Joaquín Pertíñez, com transmissão pela TV Diocese e Facebook da Diocese de Rio
Branco, diretamente da capela Mãe da Divina Providência.
Após a celebração
eucarística, às 18h30, as paróquias da diocese farão carreatas pelas ruas, com
cartazes, faixas, balões, para celebrar assim esse marco importante na história
da igreja católica no Acre.
Os símbolos oficiais do
centenário são Cristo Seringueiro e Nossa Senhora da Seringueira, que
representam a história da igreja católica no Acre, e começaram a peregrinar
desde o ano de 2016 pelas paróquias da diocese de Rio Branco. Como parte da
programação que antecedeu o centenário, percorreram paróquias da capital e em
vários municípios do interior do Acre. Devido a pandemia do Covid-19, os
símbolos não puderam passar em algumas paróquias, fechando assim o cronograma
antes programado.
Durante estes 100 anos
a Diocese de Rio Branco teve a frente os bispos Dom Próspero Gustavo M.
Bernardi, o primeiro bispo da diocese, seguindo com Dom Júlio M. Mattioli, o
segundo bispo da Prelazia. Além do bispo Dom Giocondo M. Grotti, e Dom Moacir
Grecchi. Atualmente tendo como bispo Dom Joaquín Pertíñez Fernandez.
Breve histórico da
Igreja Católica no Acre
A história da igreja na
região acreana, antigo território boliviano, nasceu a partir da segunda metade
do século XIX, com a febre da extração da borracha. Homens vindo de todo o
Brasil, e principalmente do Nordeste brasileiro, foram os primeiros a pisar
neste território, e juntos aos diferentes povos indígenas que já moravam na
região, constituíram o novo povo que daria origem à antiga Prelazia de São
Peregrino Laziosi.
A História da Diocese
de Rio Branco, propriamente começou em 1920, quando a Igreja, conforme as
orientações do Papa, criou a Prelazia de São Peregrino Laziosi, desmembrando-a
da Diocese de Manaus, e colocando-a sob os cuidados de Dom Próspero M. Bernardi
e a Ordem dos Servos de Maria. O bispo e três religiosos foram os primeiros
que, de forma permanente, iniciaram o trabalho pastoral em toda a região dos
rios Purus e Acre, com as quatro paróquias que já tinham sido criadas em 1910,
São Sebastião de Xapuri, Imaculada Conceição de Nova Empreza (Rio Branco),
Nossa Senhora da Conceição de Sena Madureira e São Sebastião de Vila Antimary.
Posteriormente, em 1921, chegaram as Irmãs Servas de Maria Reparadoras para
ajudar na missão evangelizadora, principalmente nas áreas da educação e da
saúde.
O árduo trabalho se
estendeu ao longo de todos os rios, através de desobrigas longas e cansativas.
Os Padres e as Irmãs se dedicaram à pastoral com total dedicação e com muito
entusiasmo, a ponto de muitos adoecerem gravemente e até deram sua vida como
consequência das dificuldades da missão.
Em 1944 recebeu-se a
notícia do falecimento de Dom Próspero M. Bernardi, na Itália. Seu sucessor foi
do Júlio M. Mattioli, que em 1948 foi sagrado como o novo bispo da Prelazia. No
mesmo dia, e após sua sagração, foi lançada a primeira pedra da futura Catedral
em Rio Branco. Pelo crescimento da cidade, que passaria a ser a capital do
Estado, também se pensou em mudar a sede da Prelazia, de Sena Madureira para
Rio Branco, começando com a construção da nova Catedral.
A Igreja sentiu a urgência de iniciar alguma
obra de assistência social para aliviar as grandes necessidades da população,
cuja média de vida, em alguns rios, era apenas de 20 anos. De cada mil
habitantes, 16 eram hansenianos e, de cada 1000 crianças, 830 morriam no
primeiro ano de vida. O analfabetismo no estado era de 80%.
Dom Júlio M. Mattioli
morreu no Rio de Janeiro em 1962, vítima de cirrose hepática, resultado das
numerosas malárias e hepatites contraídas nas suas correrias apostólicas. Já em
tempos de Dom Giocondo M. Grotti, seu sucessor, a Prelazia assumiu sob sua
responsabilidade o cuidado dos hansenianos, na Colônia Souza Araújo, dando o
atendimento e dignidade que mereciam, através de enfermeiras voluntárias
italianas.
Dom Moacyr Grechi,
sucessor de Dom Giocondo, foi sagrado bispo em 1973. Ele deu continuidade às
prioridades fundamentais do I Plano de Pastoral, as mesmas que foram indicadas
no Encontro de Santarém: 1. Formação de Agentes de Pastoral; 2. Comunidades
Eclesiais de Base; 3. Pastoral das Estradas e dos Rios; 4. Pastoral
Indigenista; 5. Promoção Humana; 6. Instituição do Dízimo; 7. Pastoral da
Juventude.
O Novo Milênio começou
praticamente com a chegada de Dom Joaquín. Ele foi ordenado bispo no dia 30 de
maio de 1999, e no dia 25 de dezembro, solenidade do Natal, celebrou-se a
abertura do Ano.
Hoje a Diocese de Rio
Branco conta com atuação das obras sociais em diversas áreas, e com paróquias e
comunidades envolvidas no serviço da evangelização. Que hoje possamos celebrar
essa data tão importante, para nós católicos, com gratidão e oração pelas vidas
de nossos sacerdotes, religiosos(as), por todos que ajudam nas pastorais,
comunidades, paróquias e obras sociais. Oremos também por nossas famílias.