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Encerramento do Processo de Escuta do Sínodo Diocesano

Na Celebração da Solenidade de Pentecostes, 5 de junho, Pe. Anderson Marçal, coordenador diocesano de Pastoral, leu o relatório do Processo de Escuta do Sínodo Diocesano para os presentes na Catedral Nossa Senhora de Nazaré. Confira na íntegra:

Encerramento do Processo de Escuta do Sínodo Diocesano
Senhor Bispo, hoje a coordenação diocesana de pastoral tem a alegria de concluir o processo de escuta relacionada ao Sínodo sobre a Sinodalidade convocado pelo Papa Francisco. Nossos trabalhos começaram logo após a missa de abertura presidida pelo senhor aqui mesmo nessa Catedral no dia 16 de outubro passado. 
Os trabalhos foram divididos em três grandes etapas; a primeira fase foi consagrada a escuta das paróquias e áreas missionárias, a segunda foi para a escuta das coordenações de pastorais, serviços e movimentos diocesanos e finalmente a terceira fase dedicou-se a ouvir a sociedade civil e outras denominações religiosas.  
Ao longo dos últimos três meses a equipe diocesana organizou uma Live onde explicamos de modo prático o que é um Sínodo e aprofundamos o tema da Sinodalidade, visitamos paróquias e oferecemos assistência, promovemos encontros de formação e acompanhamos algumas atividades sinodais de várias paróquias e de algumas pastorais. 
Dom Joaquín, escutar o Povo de Deus mostrou mais uma vez que essa atitude ajudará a Igreja a tomar decisões pastorais que correspondam o mais possível à vontade de Deus. Temos a alegria de dizer que o Bom Povo de Deus, ao longo do processo de escuta reencontrou o verdadeiro sentido da sinodalidade, percebemos nas respostas das pastorais uma constante busca pela melhor maneira de anunciar e praticar o Evangelho hoje, consciente dos desafios e questionamentos do nosso tempo.  
Meus irmãos e irmãs, antes de entregar simbolicamente nas mãos do nosso Pastor diocesano o resultado das três fases da escuta sinodal diocesana gostaríamos de destacar alguns dos elementos que sobressaíram nos relatórios das paróquias, dos serviços e dos movimentos que chegaram até a nossa coordenação de pastoral.
Eu começo destacando que, uma das consequências desse longo período de pandemia, está sendo a dificuldade das lideranças e das paróquias na retomada das suas atividades diante desse novo normal.  Por outro lado, o processo lançou novas luzes sobre as bonitas experiencias de sinodalidade que estão presentes na dinâmica da nossa Igreja particular como: os conselhos, as assembleias, as festas dos padroeiros nas paróquias. Alguns relatórios destacaram a solidariedade do nosso povo nos dias difíceis como na grande alagação de 2015, outros resgataram as experiencias das santas Missões Populares. 
A escuta virtual mostrou que as mulheres responderam mais questões, e são maioria em nossas atividades pastorais. 
Dos questionários respondidos pelas paróquias, áreas missionarias e pastorais destacamos:  
A mudança antropológico-cultural influencia todos os aspectos da vida e requer uma aproximação, cuidado e respeito. Ressaltam-se, antes de tudo, os aspectos positivos: maior liberdade de expressão e melhor reconhecimento dos direitos da mulher e da criança. Mas, por outro lado, é preciso considerar também o crescente perigo representado pelo individualismo exasperado, que desnatura os laços familiares e acaba por considerar cada membro da família como se fosse uma ilha, e faz prevalecer em certos casos a ideia de um sujeito que se constrói segundo os próprios desejos, assumidos como um absoluto. A isso, acrescenta-se a crise da fé que atinge tantos católicos e, com frequência, está na origem das crises do casamento e da família.
Os companheiros de viagem são na grande maioria mulheres, aposentados, comerciantes, funcionários públicos, autônomos, trabalhadores rurais, estudantes e profissionais liberais, 
Os indígenas e suas questões quase não aparecem nos relatórios, 
Os migrantes, os desempregados, e outras minorias precisão ser acolhidos e ouvidos e assistidos por uma pastoral social bem planejada,  
Faz-se necessário criar novos espaços de escuta e diálogo nas paróquias. 
A ausência dos jovens nas esferas de decisão das comunidades e ou das paróquias é outro ponto muitas vezes sinalizado,
Encontrar novos caminhos para uma pastoral de conjunto, 
A visita as famílias aparecem muitas vezes como pistas de ação, 
Maior atuação dos leigos na política,
A formação e os espaços de formação aparecem com muita insistência. 
Qualificar a presença da Igreja nos meios de comunicação social aparece como uma necessidade urgente.
Incentivar os Grupos de Evangelização deve ser uma prioridade missionária hoje,  
A pastoral social e abertura aos excluídos da sociedade deve ser uma preocupação constante da nossa Igreja. 
Aparece entres as respostas um saudosismo dos tempos anteriores ao Concílio Vaticano II, nesse aspecto devemos encontrar um ponto comum para o diálogo e acolhida daqueles que não se sentem contemplados com a renovação e atualização do vaticano II,
Precisamos segundo os relatórios incrementar e favorecer ações de caráter ecumênico e que favoreça o diálogo antirreligioso.  
Enfim, deste bonito processo procuraremos ser verdadeiramente uma Igreja mais sinodal. A coordenação de Pastoral diocesana buscará com afinco e oração aproveitar as luzes que surgiram desse processo para clarear os pontos que ainda insistem em ser sombra na nossa ação evangelizadora.
 Dom Joaquín, com alegria entregamos em suas mãos o resultado das escutas desse caminho sinodal que vão certamente pavimentar nossos passos rumo a próxima Assembleia Diocesana de Pastoral, que com a graça de Deus será celebrada em novembro desse ano.  
Muito obrigado pela confiança e contamos com vossa benção, orientações e orações para os trabalhos que começam a partir de agora. 

Rio Branco, 5 de junho de 2022, Solenidade de Pentecostes.

Pe. Anderson Marçal, coordenador diocesano de Pastoral. 

 
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