Como Igreja Diocesana queremos ter sempre os olhos abertos para as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; com um jeito todo particular de ser Cáritas Paroquial. A Diocese de Rio Branco, em comunhão com a tradição da Igreja recorda que “para a Igreja, o serviço da Caridade, assim como o anúncio da Palavra e a Celebração dos Sacramentos, é expressão irrenunciável da própria essência (DAp.399)” da vida cristã.
O objetivo da cáritas paroquial é: a partir de Jesus Cristo, continuar evangelizando, com renovado ardor missionário, testemunhando Jesus Cristo, em comunhão fraterna, à luz da evangélica opção pelos pobres, para formar o povo de Deus e construir uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.
Sabendo que a regra de ouro ensinada por Jesus consiste em amar o próximo como a si mesmo, como poderíamos vivenciar isso sem praticar a caridade? Como poderíamos fechar os olhos aos famintos, aos necessitados, aos doentes e aos enfermos abandonados e, ainda assim, amá-los como a nós mesmos?
Precisamos na verdade, juntar-nos como uma grande corrente de solidariedade para manifestarmos em nossas paróquias e comunidades a compaixão e a misericórdia como nosso mestre Jesus Cristo, cujo o Sagrado coração a liturgia da Igreja celebra hoje.
Queremos recordar nessa coletiva que os Bispos dos regionais Norte I e Noroeste, que compreendem as dioceses do Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre; durante a visita ao Papa Francisco no último dia 20 de junho, recolheram esse pedido do Santo Padre: “... estar junto ao povo que sofre, ... não abandonar os pobres, migrantes e estar ao lado de todos os que precisam de uma presença materna da Igreja” ( Papa Francisco). Atento a esse pedido queremos que a Cáritas em cada paróquia seja a “mão visível da nossa Igreja Samaritana que acolhe e partilha da própria pobreza.
É nesse sentido que o nosso Bispo diocesano, Dom Joaquín, quer que em cada Paróquia se organize um trabalho solidário que manifeste, sem assistencialismo, a verdadeira caridade cristã. Sensibilizados com aos sofrimentos e necessidades do nosso povo, é urgentíssimo fazer crescer a indignação diante dessas realidades de sofrimento e carências de tantas pessoas jogadas na miséria.
Queremos com essa cartilha despertar em cada pessoa e em cada comunidade uma consciência ativa em relação às situações concretas de sofrimento em que vivem nossos irmãos, especialmente os mais excluídos.
Esperamos que o nosso povo, à luz do Evangelho assuma, a cada dia, as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do nosso povo, especialmente nas pulações das periferias urbanas e nas zonas rurais, se colocando junto daqueles sem saúde, sem teto, sem pão, muitas vezes lesados em seus direitos.
Conclamamos nossas pastorais, serviços e movimentos; convocamos também nossos sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, bem como todas as pessoas de boa vontade para encontrar e/ou criar condições alternativas e ao mesmo tempo criativas no intuito de mobilizar todas forças possíveis em favor dos mais desfavorecidos, organizando a pratica da caridade cristã e exigindo políticas públicas que venham garantir vida digna para nossa gente.
Não está em nossas mãos o privilégio de multiplicar os pães e os peixes como fez Jesus no deserto, mas nós podemos compartilhar os nossos bens com os irmãos, principalmente nesses dias difíceis é preciso assumir o dito popular que nos ensina que muito ou pouco, colocado nas mãos de Deus, faz acontecer o milagre. Devemos, portanto, sair ao encontro do outro, devemos visitar para conhecer sua situação pessoal e familiar.
Enfim se as fontes da vida da Igreja são a Palavra de Deus e os Sacramentos, o centro da vida cristã é a caridade, o amor-doação, o amor que vem de Deus mesmo (Rm 5,5) é o que o apóstolo Paulo aponta como o mais alto dos dons (1Cor12,31). Sejamos então generosos e confiemos na Providência divina, pois não ficará sem recompensa quem souber ser generoso para com o Senhor que está presente nos mais sofridos dos nossos irmãos.
Sobe a proteção de São Vicente de Paulo, patrono de todas as obras de caridade da Igreja, rogamos para que essa nova cartilha ajude nossas comunidades a manifestarem a proximidade e misericórdia do nosso bom Deus lá onde estiver um necessitado.
Rio Branco, 24 de junho de 2022
Coordenação Diocesana de Pastoral.
